Segunda Fase
A segunda fase do modernismo, chamada de fase de consolidação ou geração de 30, começou em 1930 e durou até 1945, quando terminou a Segunda Guerra Mundial.
Diferente da primeira fase, que apresentava um caráter mais destrutivo e radical, na segunda geração, os artistas demonstram maior equilíbrio e racionalidade em seus escritos.
Esse momento de amadurecimento da literatura brasileira é caracterizado por temáticas nacionalistas, regionalistas e de caráter social, com predomínio de uma literatura mais crítica e revolucionária.
Características:
- Amadurecimento das ideias de 1922
- Nova postura artística
- Versos livres
- Poesia sintética
- Nacionalismo, universalismo e regionalismo
- Literatura construtiva e politizada
Autores e obras da segunda modernista na chamada “poesia de 30”:
- Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) - Obras: Alguma poesia (1930), A Rosa do povo (1945) e Claro Enigma (1951).
- Murilo Mendes (1901-1975) - Obras: Poemas (1930), A poesia em pânico (1937) e As metamorfoses (1944).
- Jorge de Lima (1893-1953) - Obras: Novos poemas (1929), O acendedor de lampiões (1932) e O anjo (1934).
- Cecília Meireles (1901-1964) - Obras: Espectros (1919), Romanceiro da Inconfidência (1953) e Batuque, Samba e Macumba (1935).
- Vinicius de Moraes (1913-1980) - Obras: Poemas, Sonetos e Baladas (1946), Antologia Poética (1954), Orfeu da Conceição (1954).
Autores e obras na prosa da segunda geração:
- Graciliano Ramos (1892-1953) - Obras: Vidas Secas (1938), São Bernardo (1934), Angústia (1936), Memórias do cárcere (1953).
- José Lins do Rego (1901-1957) - Obras: Menino do Engenho (1932), Doidinho (1933), Banguê (1934) e Fogo morto (1943).
- Jorge Amado (1912-2001) - Obras: O País do Carnaval (1930), Mar morto (1936) e Capitães da areia (1937).
- Rachel de Queiroz (1910-2003) - Obras: O quinze (1930), Caminho das pedras (1937) e Memorial de Maria Moura (1992).
- Érico Veríssimo (1905-1975) - Obras: Olhai os lírios do campo (1938), O Tempo e o Vento - 3 volumes (1948-1961) e Incidente em Antares (1971).
Confira abaixo um dos poemas mais emblemáticos de Carlos Drummond de Andrade, publicado na revista de Antropofagia (1928), e que causou um grande escândalo na época:
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.
Veja abaixo um trecho da obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, que retrata a vida de uma família de retirantes no sertão brasileiro:
Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala.